Uma fonte moderna no contexto editorial vanguardista português (1929-1938)

Artigo elaborado em colaboração com Cristiana Serejo e apresentado no 2º Encontro Nacional de Tipografia, evento organizado pelo Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro (deca), através do Centro de Estudos das Tecnologias e Ciências da Comunicação (cetac.media) e do Instituto de Investigação em Design Media e Cultura (id+).
Resumo Num contexto europeu em que o Futurismo e outros movimentos vanguardistas assumem um papel fundamental nas artes e literatura, encontramos em Portugal um exemplo sólido da utilização de um ícone da tipografia moderna na paginação de uma revista. A Futura, reconhecida como uma das fontes geométricas mais comercializadas do século XX, foi utilizada no contexto da revista Presença, reforçando o programa editorial idealizado por José Régio, o seu editor. 

Neste artigo foi estudada a fonte e a forma como esta foi explorada ao longo de 30 números ajudando a reforçar o conteúdo literário e a identidade vanguardista da revista. Num primeiro momento foi elaborado um enquadramento histórico e a caracterização da fonte, seguido da contextualização e caracterização gráfica da revista e por último investigou-se o enquadramento da Futura dentro dos ideais modernistas de José Régio e da identidade da Presença.
Neste contexto, concluímos que a fonte utilizada era a Futura na sua segunda edição (com exceção dos corpos maiores que 56 pontos); que ao ser utilizada na capa (associada ao nome da revista) ganha projeção como elemento determinante na identidade da Presença; e que os caracteres da Futura são utilizados como alicerces na construção dos experimentalismos tipográficos (característicos do modernismo literário) existentes nesta revista.

http://entipografia.web.ua.pt/atas/Artigo_ENT_12.pdf